Boletín EURES-T I nº 14 - 2014 - page 6

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especial portugal
BOLETÍNEURES-TNORTEPORTUGAL-GALICIANº 13/2014
Empreendedorismo – Reacender oespíritoempreendedor na Europa
A promoção do empreendedorismo
e inovação é cada vez mais objetivo
prioritário nas linhas deorientação es-
tratégiadaEuropa e consequentemen-
te dos seus Estados-Membros, enquan-
tomedidapara fomentar a criaçãode
novas empresas, o combateaodesem-
prego e o crescimento económico. O
estímulo do empreendedorismo tem-se
revelado de grande importância para
população com maiores dificuldades
de acesso ao mercado de trabalho,
como é o caso da população jovem.
No âmbito da Europa 2020, o “
Plano
deAcçãodeEmpreendedorismo2020
define-se como um modelo para uma
ação decisiva no sentido de “libertar”
o potencial empresarial da Europa,
para remover os obstáculos existentes
e revolucionar a cultura do empreen-
dedorismo. A Europa pretende inves-
tir na mudança de mentalidades e na
percepção que existe do empreen-
dedorismo, na educação para o em-
preendedorismo e ainda apoiar gru-
pos que estão sub-representados entre
os empresários. Para que a atividade
empresarial na Europa possa prospe-
rar no longo prazo, é essencial que
um grande número de europeus reco-
nheça uma carreira empresarial como
uma opção gratificante e atraente. O
Plano de Acção de Empreendedoris-
mo 2020 é construído sobre três pila-
res principais:
Educação e formação empreendedo-
ra;
Criação de um ambiente em que os
empresários podem prosperar e cres-
cer;
Desenvolver modelos e chegar aos
grupos específicos cujo potencial em-
preendedor não tem sido aproveitado
ao máximo, ou não alcançadas pelo
tradicional apoio às empresas.
Os Estados-Membros serão respon-
sáveis por implementar o Plano de
Ação de Empreendedorismo 2020,
sendo que as acções principais serão
acompanhados pela Comissão Euro-
peia, que está disposta a ajudar as
administrações dos Estados-Membros,
fornecendo seu próprio know-how e
aprendizagem entre pares e fomentar
o intercâmbio de boas práticas com
outros Estados-Membros.
Paraadefiniçãodestas políticasmuito
contou a situação negativaque se tem
vindo a verificar, destacando-se em
particular uma redução drástica dos
níveis de emprego que já se prolonga
por vários anos consecutivos. Face a
estas perspectivas negativas quanto
à criação de emprego, a relevância
da promoção do empreendedorismo,
assume um papel ainda mais prepon-
derante.
Ao nível da União Europeia, o enfo-
que no empreendedorismo tem mais
de uma década. Emmarço de 2000,
no Conselho Europeu Extraordinário
de Lisboa, a União Europeia consa-
grou, a promoção do empreendedo-
rismo como um objetivo core a alcan-
çar e no início de 2003 é publicado
o livro verde “Empreendedorismo na
Europa” que procurou fomentar o de-
bate sobre este domínio, no contexto
europeu.
Mais recentemente, a estratégia Euro-
peia para 2020 aponta o empreen-
dedorismo e o auto-emprego como
dois impulsionadores chave de um
crescimento inteligente, sustentável e
inclusivo.
Em Portugal tem já sido notório o cres-
cente número de ações de apoio ao
empreendedorismo, nomeadamente
no âmbito do Quadro de Referência
Estratégica Nacional, sendo entendi-
mento que deve ser construída uma
nova realidade económica, competi-
tiva e aberta ao mundo, alicerçada
em conhecimento e inovação, capital
humano altamente qualificado e forte
espírito empreendedor.
Contudo, apesar dos progressos que
estamatéria tem vindoa conhecer nas
últimas décadas, verifica-se em Portu-
gal, que existem dificuldades estrutu-
rais que acarretam impactos negati-
vos na capacidade de recuperação
económica. Destaca-se, por exemplo,
a insuficiente capacidade de rentabi-
lização económica da Investigação e
Desenvolvimento (I&D), ou o reduzido
impacto do capital de risco, circuns-
tância que limita as soluções de finan-
ciamentode novos projectos e conduz
a umpesopouco significativoda ciên-
cia e da tecnologia na globalidade
da economia.
No contexto interno português, o pro-
grama Estratégico +e+i ambicionou
para Portugal, uma sociedade mais
empreendedora, uma base alargada
de empresas inovadoras e com forte
componente exportadora, um país em
rede e inserido nas redes internacio-
nais de empreendedorismo, conheci-
mento e inovação, e orientado para
resultados. A implementação destes
objetivos alicerça-se em 4 pilares
fundamentais: no alargamento das
competências da população, na di-
namização da inovação, no estímulo
ao empreendedorismo e napromoção
destes objetivos através de adequa-
dos instrumentos de financiamento.
Neste contexto, o empreendedorismo
e a inovação terão de continuar a ser
alvo de uma intervenção prioritária
e especialmente direcionada para
as atividades de índole empresarial,
indo além dos campos da investiga-
ção e da ciência. As prioridades da
estratégia Europa2020 serão referen-
ciais para o desenvolvimento da polí-
ticade empreendedorismo e inovação
em Portugal para os próximos anos.
O reconhecimento do empreendedo-
rismo enquanto catalisador positivo
do crescimento económico, despole-
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